[PS3] - Preview: LittleBigPlanet 2

[PS3] - Preview: LittleBigPlanet 2

Em 2008 você jogou, criou e distribuiu conteúdo em uma das comunidades que mais cresceu no mundo dos games. Em 2011, a Sony quer que você amplie ainda mais este conceito e crie não só aventuras distintas, mas mundos e jogos inteiros. O primeiro LittleBigPlanet inovou justamente por conta da liberdade que o título oferecia ao jogador de criar conteúdo customizado. Nele era possível não só mudar as roupas, pintar ou pendurar acessórios e outros objetos em seus personagens, como também colocar ideias para funcionar das mais diversas formas, utilizando das mecânicas de interação disponíveis no game.

Apesar de inovador, o conceito não é bem visto por todos. Muitos julgam a iniciativa como uma forma que a Media Molecule encontrou de fazer dinheiro sem que seja necessário muito esforço. Afinal, basta que o jogador crie o seu conteúdo, disponibilize de graça na rede online da Sony e teremos então um título auto-reciclável que contará com material inédito praticamente diário. Ledo engano.

Existe todo um esforço da empresa em criar uma comunidade unida e ativa, onde jogadores ajudam uns aos outros e compartilham não só ideias criativas, mas também manifestações artísticas autênticas. A maneira mais justa de definir LittleBigPlanet seria dizer que trata-se não de um game, mas de uma completa plataforma social. É óbvio que faltava muita coisa para que esse conceito fosse uma total verdade, e é aí que entra LittleBigPlanet 2.

Conforme a Media Molecule disponibilizou novos detalhes sobre o seu projeto, foi ficando cada vez mais claro que a intenção da empresa é de fato desenvolver uma espécie de mídia social interativa, onde a base de tudo seja a diversão e contato contínuo entre seus participantes. Ao que tudo indica, as opiniões e críticas construtivas sobre o primeiro game foram anotadas, implementadas e algumas até mesmo melhoradas, e é justamente disso que vamos tratar neste preview.

Em primeiro lugar, o conceito de material criado pelo usuário foi bastante ampliado nesta versão. Ao invés de desenvolver simples fases ou estágios em um game de plataforma, muitas vezes fazendo uso de soluções improvisadas para problemas complexos, a Media Molecule criou uma verdadeira plataforma de criação de jogos dos mais diversos tipos. Alguns usuários já possuem acesso à uma versão de teste do game, bastante limitada por sinal, e o resultado dos esforços da empresa em dar total liberdade criativa a seus fãs tem se mostrado cada vez mais evidente, na medida em que temos acesso a algumas demonstrações de material criado já nesta nova versão.

É preciso lembrar que a campanha principal não foi deixada de lado, muito pelo contrário. A empresa promete um número ainda maior de fases, se comparado ao primeiro jogo. A história foi melhor elaborada e o título promete colocar o jogador em uma busca épica, em um reino cheio de magia e novidades para os veteranos. No mesmo pé, o jogador que participa da campanha entende melhor algumas das mecânicas inéditas apresentadas nesta versão. A premissa base continua a mesma: oferecer estágios complexos e cheios de vida, mas utilizando as mesmas ferramentas de que o jogador tem acesso.

Mas como assim? Todos os estágios do primeiro jogo, sem exceções, foram concebidos a partir das ferramentas de criação disponíveis no modo de edição do game. Isso quer dizer que, com um pouco de conhecimento, paciência e boas ideias, é possível criar uma campanha tão boa quanto a apresentada pela Media Molecule. E a intenção da equipe de desenvolvimento é deixar isso ainda mais claro nesta versão, por conta da adição de algumas ferramentas que prometem mudar por completo a forma com que os níveis em LittleBigPlanet são desenvolvidos.

Chega de gastar horas e horas criando soluções totalmente mecânicas para a resolução de problemas lógicos. LBP2 traz consigo um novo sistema de chips, onde é possível criar mecanismos completos e de interação aparentemente limitada, mas que podem ser replicados e interligados entre si. É claro que para turbinar ainda mais esta ideia foram adicionados alguns parâmetros e objetos de interação que trabalham de maneira lógica. Existem geradores de números aleatórios, calculadoras matemáticas simples, switches condicionais... enfim, tudo aquilo que é utilizado na programação em computadores, mas exibido de forma gráfica e de fácil entendimento.

O controle de câmera também está muito mais completo e permite inclusive que o jogador crie cenários vistos de cima, como em um jogo de corrida antigo. Por meio disto é possível desenvolver jogos totalmente diferentes dos conhecidos games de plataforma. Lembram do trabalho que alguns usuários tiveram para desenvolver sistemas de medição de vida ou do simples controle de uma nave? Era preciso toda uma parafernália mecânica, algo que foi reduzido a meia dúzia de comandos simples nesta versão. A premissa é de que até os jogadores leigos tenham poder suficiente para criar modificações e mapas complexos, facilitando assim a vida daqueles que querem compartilhar suas criações e ideias.

Mas só isso não é o suficiente para que o jogador possa criar games completos e cheios de vida. Faltava algo no primeiro título e que finalmente foi corrigido nesta versão: a interação com personagens controlados pelo computador. Em LittleBigPlanet 2 teremos os chamados Sackbots, manequins mecânicos que podem ser configurados de inúmeras maneiras. O jogador pode definir uma infinidade de movimentos e padrões diferentes de comportamento a estas criaturas, que no fim podem tanto agir como aliados ou adversários. É possível até mesmo alterar completamente a aparência dos pequenos robôs, ou o seu tamanho, de forma que eles sejam praticamente idênticos a outros Sackboys, controlados por outros jogadores.

O título conta ainda com uma série de novos equipamentos especiais. No primeiro jogo, os personagens podiam utilizar o Jetpack, que permitia aos sackpersons voarem, o Paintnator, uma arma que atirava bolinhas de tinta, como aquelas pistolas de paintball, e o Scuba, utilizado pelos sackpersons na hora de mergulhar e respirar em baixo da água. Além destes, LittleBigPlanet 2 oferece mais alguns equipamentos. Temos o Grappling Hook, uma espécie de gancho que permite ao sackperson arremessar uma corda e prende-la em objetos distintos ou partes do cenário. Existe ainda uma luva especial, a Grabnator, que deixa o sackperson levantar grandes blocos e outros objetos grandes. Mas dentre estas novidades, a mais interessante é o Creatinator.

Ele parece uma arma comum, mas na verdade tem o poder de arremessar qualquer objeto criado pelo jogador. Você criou um míssil e quer usa-lo como munição em uma arma? Esta é a opção mais viável. E que tal desenvolver toda uma inteligência artificial para o míssil por meio do sistema de chips e ainda assim usa-lo como munição? Vá em frente! Dar ao jogador o poder de criar objetos pré-definidos, ainda que fora do modo de edição, sem dúvidas promete ser uma das mudanças mais marcantes nesta versão.

De fato é difícil citar todas as novidades presentes em LittleBigPlanet 2. São muitas as promessas feitas pela Media Molecule, muitas delas já demonstradas por meio de vídeos ou por níveis criados pelos participantes da fase de testes do jogo. E isso porque citamos somente algumas das novidades presentes no modo de criação. Some a tudo isso uma infinidade de novos materiais, objetos de interação e controle ainda mais complexos, sons inéditos, gráficos melhorados e todo o sistema de comunidade refeito.

Como diz o novo slogan, LittleBigPlanet 2 não é somente um game de plataforma e sim uma plataforma de games. A premissa é que o jogador crie o conteúdo que desejar, da maneira que desejar, e o melhor, com um sistema de interação entre usuários muito mais completo e dinâmico, permitindo que você realmente faça novos amigos na rede online da Sony, por meio do jogo. Um título para se divertir, criar, divulgar ideias e fazer amigos.