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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

[MULTI] - De Volta Para o Futuro: quando a mistura de cinema e games (quase) funciona


A filmadora preto-e-branco entra em foco e vemos um típico “cientista maluco”, com cabelo arrepiado, olhar maníaco e tudo mais. Ele fala sobre uma revolução na ciência e na história da humanidade enquanto acomoda um cachorro no banco do motorista de um antigo DeLorean DMC-12. Ele acelera o carro usando um controle remoto. Quando atinge 88 milhas por hora, desaparece numa explosão de luz, deixando para trás apenas duas trilhas flamejantes por onde as rodas passaram…



Quem assistiu à trilogia De Volta Para O Futuro, vai lembrar da cena acima como a abertura do primeiro filme. Mas ela também se aplica à introdução do novo jogo de aventura baseado nos filmes e desenvolvido pela Telltale, Back To The Future: The Game (PC e Mac, US$ 25 via Steam). encontramos nele uma reprodução exata da clássica cena de cinema. A sensação de proximidade com as obras originais permeia toda a experiência de Back to The Future e, apesar de o game ter uma história nova, original e de qualidade, às vezes nos perguntamos se somos mesmo jogadores, e não meros espectadores em um 4º filme da série. Mas… quer saber? Isso não é de todo mal. Calma, calma, eu explico.






Todos que já estão familiarizados com a Telltale sabem com qual gênero de jogos ela normalmente trabalha: aventuras aponte-e-clique, como Monkey Island e Sam & Max. 

Pois é, De Volta Para o Futuro segue o mesmo estilo. Um inventário, um cenário para interagir, pessoas para conversar e quebra-cabeças que envolvem fazer tudo isso ao mesmo tempo. Também, como é de costume com a Telltale, esse game será lançado em capítulos. Então não reclame se achá-lo muito curto, mês que vem tem mais. (O preço de US$ 25, mais ou menos R$ 42, inclui todos os cinco capítulos).

No quesito gráfico, não espere encontrar nada muito melhor ou mais bonito do que vemos nos jogos de Sam & Max. Não que isso seja um problema: os cenários de Back To The Future são coloridos e detalhados, e os personagens são bastante expressivos. O único problema é que a tecnologia gráfica da Telltale muitas vezes não dá conta de apresentar com realismo tudo o que está acontecendo quando a ação se torna mais acelerada. Em cenas de perseguição ou tiroteio, tudo fica parecendo uma brincadeira de faz-de-conta entre crianças.

Esse problema se agrava com o fraco design de áudio. Não que a qualidade sonora seja baixa; a questão é que, muitas vezes, simplesmente falta música ambiente ou, pior, alguns efeitos sonoros básicos. Eu perdi a conta dos momentos em que estava esperando um som específico, como uma batida, e ele simplesmente não veio. Ao menos não podemos reclamar da dublagem, que está excelente e presente o tempo todo.


Antes de falar da história, vamos deixar uma coisa bem clara: se você não conhece os três filmes (todos os três, mesmo), não compre Back to The Future. Este é um jogo explicitamente desenvolvido para os fãs da série, e ele não tem vergonha nenhuma de não explicar o que já foi visto na trilogia. De qualquer forma, pode ser uma boa oportunidade para você assistir a uma obra-prima divertidíssima do cinema. E fique avisado que, daqui para frente, vamos acabar tendo “spoilers” dos filmes.

A história do jogo se passa seis meses após o fim de Back To The Future III. Como Doc Brown ainda está viajando pelo tempo, a prefeitura de Hill Valley decide organizar uma venda de todos os itens que foram encontrados no laboratório do inventor, que todos assumem estar morto. Todos menos Marty McFly, que está certo de que Brown ainda vai voltar. Numa tentativa de impedir a venda dos objetos do amigo, Marty vai até o laboratório de Doc e se depara com Einstein, o fiel cachorro de Brown, dentro de uma nova máquina do tempo DeLorean. Ao lado de Einstein, um toca-fitas com uma gravação do bom doutor, dizendo que está em apuros e pedindo ajuda para o garoto. 

McFly parte imediatamente para o ano de 1931 em busca do amigo. No passado, ele conhece a versão adolescente de Doc Brown, e tem de cooperar com o garoto para resgatar o colega do futuro.

Bob Gale, co-criador da franquia Back To The Future, supervisionou pessoalmente o processo de criação do roteiro. E não há como negar que isso influenciou positivamente a história do game: ela parece tão fluida, orgânica e cadenciada quanto qualquer um dos filmes. O tom bem humorado e os personagens cativantes também estão presentes, e a sensacional dublagem de Cristopher Lloyd ajuda mais ainda na sensação de nostalgia. Michael J. Fox não pôde participar do projeto, mas seu imitador não faz feio, tornando a voz de Marty a mais natural possível. Realmente, uma continuação digna para a série.


Como eu disse, o Back To The Future caminha no limiar entre jogo e filme. Há aquela sensação de que não estamos totalmente no controle de Marty, mas apenas guiando o garoto através de uma história pré-fabricada. Isso não é lá muito incomum em jogos de aventura, geralmente tão focados na narrativa, mas a jornada temporal de McFly pende um pouco mais para o lado cinematográfico pelo óbvio motivo de que a história foi baseada em filmes. Além disso, os quebra-cabeças do jogo não são extremamente desafiadores. Alguns podem ser um tanto trabalhosos e há puzzles extremamente criativos, mas para qualquer jogador dedicado, não haverá a necessidade de usar o sistema de dicas que o jogo oferece. Essa facilidade também contribui para sensação de estarmos assistindo um filme.

E isso pode parecer uma reclamação, mas na verdade não é. Eu sou bastante contra essa história de tratar games como cinema ou vice-versa, e tentar transportar as experiências de um para o outro. São mídias diferentes, com recursos diferentes que ficam muito mal aproveitados quando você mistura as coisas. Mas preciso abrir uma exceção para Back To The Future pelo simples fato de que um quarto filme para a série é algo totalmente fora dos planos atualmente: já são 20 anos desde o lançamento do último filme. Grande parte do elenco que era jovem na trilogia já está na casa dos 50. Cristopher Lloyd, o inesquecível Doc Brown, já passou dos 70 anos de idade. Michael J. Fox (Marty McFly) luta contra o Mal de Parkinson. A não ser que algum produtor fosse insano e insensível o suficiente para pensar em uma versão com novos atores, não há chances de vermos De Volta Para O Futuro IV.

Nesse sentido, um jogo que continua essa história e trabalha o lado cinematográfico como forma de homenagem e não como uma mera transposição, é extremamente válido. Todos nós gostaríamos de ver novas aventuras pelo tempo com Marty e Brown, e a Telltale está justamente nos oferecendo esta oportunidade. Alguém vai recusar?


Vale lembrar que a Telltale está andando na beira do precipício. Se os próximos capítulos não resolverem os pequenos problemas técnicos e de design, vai ficar cada vez mais difícil olhar para De Volta Para o Futuro com bons olhos, mesmo com o suporte do saudosismo. Se a dificuldade do puzzles aumentar, já ajudaria bastante: fazer o jogador se sentir desafiado, fazê-lo parar para pensar, tornaria o jogo mais… jogo.

No fim das contas, o primeiro episódio de Back To The Future: The Game pode não alcançar 1.21 gigawatts de potência, mas ao menos atinge as 88 milhas por hora necessárias para que a gente volte, com um sorriso nostálgico no rosto, ao passado. 

Vamos torcer apenas para que a Telltale não fique presa lá nos anos 80.

Back To The Future: The Game foi produzido pela Telltale e estreou para Mac e PC no dia 22 de dezembro via distribuição digital no site da empresa e na rede Steam. Há ainda previsão para versões de PlayStation 3 e iPad, sem data de lançamento definida. A cópia usada na análise foi comprada pelo Marcus, que jogou em um Mac. Marcus notou que o jargão “Great Scot” foi proferido 13 vezes durante o jogo.

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